Do homem pelo poeta - Uma auto-homenagem. Parte I.
Do homem pelo poeta - Uma auto-homenagem. Parte I.
A lua irradiava a madrugada daquela terça-feira no sertão.
A luz da lamparina na sala alumiava os que me aguardavam.
Meu pai esperava ansioso por seu primeiro filho aos 40 anos.
Nasci sem grandes dores provocar a minha mãe e vivo assim!
Do primeiro "grito" na vida às primeiras frases completas,
Onze meses se passaram sob o aconchego do humilde lar.
Para meu batizado foram três dias de festa e alegria:
Carne de carneiro, perú, cachaça, batida e forró pé-de-serra.
Comemoração é algo que trago no sangue desde então...
Três anos ali vivi em meio à natureza e animais,
Dos quais lembro do meu gato caçador e uma ovelhinha linda.
Conservo lembranças de lá desde um ano e meio de vida!
Do cálido sertão dos meus 36 meses fui morar à beira-mar.
No meu primeiro banho de praia pedi sabonete a mamãe -
Coisas de uma infância ingênua e feliz!
Após três anos sai da praia e fui morar na primeira cidade.
Lá aprendi a ler e escrever desde os sete anos,
Inúmeras foram as noites de chuva lendo gibis.
Eu era o Batman com uma capa de guarda chuva velho -
Chorava porque o soldadinho de chumbo só tinha uma perna.
Dos muitos brinquedos era especial o caminhão de madeira.
A primeira paixão era de treze anos e eu tinha oito apenas -
Todas as terças-feiras nos amávamos longe dos nossos pais.
Depois desta amante e amiga tantas outras vieram.
Sobrevivi à marginalização de um bairro - perdi amigos...
Jamais perdi a esperança de uma vida cada vez melhor,
Um mundo cheio de pessoas melhores!
Sem traumas de infância mesmo com a separação dos pais -
Aos treze anos minhas escolhas da vida vieram:
Cuidar do meu lar e pai, dos meus manos minha avó cuidava.
Minha heroína de fé e perseverança nas luta sempre foi mamãe.
Reconstruímos o lar e reestruturamos nossa humilde família:
Quatro filhos sempre deram orgulho os pais, agora unidos.