A santa dos mudos

Você me incita

Excita

Mas não no sentido sexual, desinibida

Não és vulgar e impura igual pessoa matricida

Sua alma é esclarecida

Iluminada e de mente límpida

Causa reação estarrecida

Resposta varrida

Desproporcional para sua recepção

Cabelo de margarida

Sua vistoria é varredura

Para selecionar o próximo e receber

Coice de ferradura, com sua assinatura

Conversa dura, ausente de gostosura

Também ausente de falcatrua

Pois ele nos tira a voz muda

Produz fala que perdura

Hablando até gerar tontura

Pode parecer tortura

Porém para nós é cura

Nossa vergonha, ela fura

Desfaz para não perdemos

Oportunidade de paixão futura

Cuja perda tanto machuca

Um brinde à nossa santa

Beata e constanza

Penas de gansa

Suas palavras engatam dança

Desfazem trança

Que é minha garganta

Aconselha com frase que encanta

Mudez, ela espanta

Faz parte de melodia que ela tanto

Canta

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 25/06/2024
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