A Manoel de Barros
Caminho de formiga
Se desfaz com o passar do tempo
Quando a cigarra canta
o mundo entristece
o rio leva a saudade
dentro do coração
no mar folhas molhadas
descobrem os frutos selvagens
Se soubesse do pranto
Das estrelas
dormiria em copa de árvores
E passarinhos não cantariam
tão bonito
Vai girino, vai nas águas
buscar frieza pro deserto
porque o vento descobriu
que chorou demais
e agora canta e assovia
O céu é cobertor,
quando do azul
pega outros tons
é que o tempo
trouxe outro tecido
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 30 de Julho de 1997