Madre Pérola
Meu coração profundo achava que sabia o que era amor, e não discordo das razões que sempre achei serem as que me levavam à essa conclusão, porém, com ingenuidade proveniente de moldes, essas razões se confundiam na superfície, não me deixando mergulhar.
Sendo eu um oceano, estou aprendendo a nadar.
O bater dos braços me ensina que com parcimônia, um braço de cada vez, é possível se manter constante.
Para a constancia tenho que me despir do ego, e estando presente, me posiciono para continuar a nadar, valorizando o mergulho.
Não posso parar de mexer as pernas, senão afundo.
O afundar pode me levar ao afogamento, preciso me resgatar o tempo todo pra que isso não ocorra.
Encontrei no homem da minha vida um bote salva vidas, que me permite aproveitar do oceano, sem me perder dentro dele. Encontrei no Hugo o rumo das remadas do nosso barco e a âncora nos tempos de tempestade.
Sinto-me banhada da sorte do amor completo, da beleza das águas, do nascimento da vênus em mim.
Vejo tudo em madre pérola.
Victória Santin
06/03/2024
13:33