Capim rosa chá
a cabeleireira havana
surgia na ponta da serra
quase imaginada
mas para ser exato
d’algum lugar solar
lábios cor de açafrão sábios
as cercas olivas nos vendo passar
vão passando também
as nuvens cor de framboesa
varrendo o céu
vai ficando pra trás do futuro
o bronze da lua inda crua
pendendo na varanda das casas
(e) em seus olhos luz
teus cabelos azuis exatos
d’onde a neblina dança e madruga
no adiantado da hora
(e) a seda de cor ímpar
que envolve esses versos
é rara memória de alguma encosta
onde a vida corre pro pulso
(e) em pouco tempo muda tudo