A Frigida Senhora

E aquela frigida Senhora

trazia memórias no olhar

trazia rosas sobre o corpo

penas sobre a alma a pesar!

Lânguidos silêncios sobre a voz

soluçavam-lhe a respiração

vontades impolutas de ser feliz

poisavam como aves sobre as mãos!

Quem seria a frigida Senhora;

enlutada dama que passava?!

Prostrada, de joelhos, aos pés da cruz,

de mãos postas, junto ao peito, só rezava!

Entregava a Deus a solidão

dos tristes dias duradoira,

coitada, pobrezinha, tão triste,

quem seria a Frigida Senhora?!