THAY: JARDIM DO OCEANO
Veja bem! Ó egípcia de outrora!
Como compreender de imediato,
A lua refletindo-te no mar e,
Exalando constantemente o cheiro de rosas?
Sejas a resiliência que sei que podes ser,
A maneira tão eficaz que faz-me entorpecer,
Numa constância tão plena quanto as madrugadas,
Quando passo a envolver-me num livro,
E num profundo degustar do sabor do vinho.
És um jardim do oceano!
Tendo a visão comandado pelo coração,
Desnudando-se de todo seu âmago,
Para vir a desconcertar o meu ser.
Conheces muito mais do que conheço!
E na sua enigmática raridade,
Preservas o que guardas em ti,
Só deixando-me com vestígios seus,
De variadas sensações impressas.
Se chover torrencialmente,
Esgueirar-me-eia dela se pudesse,
Mas como não quero em absoluto,
É porque sei que as gotas que caem,
São agora, definitivamente, você.
Thay, não és nenhum papel rabiscado,
Cujo diário tenho, às vezes, ortografado!
Mas um vagalume a trazer um sinal,
A de iluminação espiritual, a renovação,
Que conecta-me claramente ao divino.
Inestimável é o seu rosto!
Dialogando com o meu íntimo,
Diante de todos os intempéries meus,
Dando-me como presente, aquilo que intriga-me:
O FASCÍNIO DO ENCOBERTO QUE TANTO TENS!
Poema n.3.014/ n.83 de 2023.