PORTA-VOZ DA POESIA

Autor Valdir Loureiro.

Estrofes, Poemetos e Poemas.

Esta é uma leitura "de fôlego" (volumosa, com mais de 300 versos): textos republicados com alteração.

Último poema em

29-10-2024 (n⁰ 34- CHEIRO DA POESIA).

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ROTEIRO TEMÁTICO:

1- CONSTANTE DEVIR POÉTICO.

2- MENSAGEIRO DA POESIA.

3- O SOL E O SEU DESTINO.

4- VISITA DA FELICIDADE.

5- DEUSAS DA POESIA: CALÍOPE, ERATO E POLÍMNIA.

6- SÚPLICA DO TROVADOR.

7- A CAMINHO DO BEM.

8- PAUSA DA POESIA.

9- POESIA GRATIFICANTE.

10- POESIA ACOLHEDORA.

11- É CONTIGO, POESIA!

12- FICA COMIGO, POESIA!

13- NÃO SE VÁ, POESIA!

14- POESIA CONFIDENTE.

15- POESIA, MÚSICA E ARTE.

16- POESIA ALENTADORA.

17- ENCONTRO COM A POESIA.

18- POESIA QUER PAZ.

19- AUTONOMÁSIA DE POETAS.

20- RITMO NA MÉTRICA E NA RIMA.

21- CALÍOPE, A RAINHA DAS MUSAS.

22- DOSE DE POESIA.

23- MENSAGEIRO DA POESIA.

24- POESIA, BENDITA ORAÇÃO.

25- INFLUÊNCIA DA POESIA.

26- POESIA IMORTAL.

27- POETA NA RETRANCA.

28- COM A POESIA, É POSSÍVEL.

29- REAÇÃO DE POETA.

30- POESIA E ORAÇÃO.

31- AVIÃO DE POESIA.

32- QUASE UM BATISMO POÉTICO.

33- DIA DO POETA: 20 de Outubro.

34- CHEIRO DA POESIA.

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CONTEÚDO POÉTICO

1- CONSTANTE DEVIR POÉTICO

Autor Valdir Loureiro.

Estrofe: décima com 10 Hendecassílabos.

Viva a Poesia em maior plenitude!

Que um poeta seja o seu protetor!

Na falta de um vate, chegue um montador

de versos, como eu: este poeta rude.

Sempre ache um estilo com o qual escude

"a Amada Princesa que os Brutos não amam",

porém os corações sensíveis declamam...

E eu, um poeta "em constante devir",

chamado, em batismo, por nome Valdir,

invente a mudança que as musas conclamam.

2- MENSAGEIRO DA POESIA

Autor Valdir Loureiro.

Poema com 24 Hendecassílabos.

Um poeta é um mensageiro da Paz,

Do Amor, da Esperança e do Conhecimento;

Do aniversário que a pessoa faz,

Do dia em que vai para o sepultamento.

A sua metáfora do real momento

Poderá ser feita por alegoria.

Do que ele interpreta de uma fantasia,

Talvez, faça verso de tom realista.

Não será possível fazer uma lista

Dos temas que um vate verbera em sua voz.

Se eu fosse um poeta, seria porta-voz

De anjo pacato e de espírito inquieto;

Da musa, pedindo um poema com afeto;

Do herói que enfrenta traidor concorrente;

Faria poema para um presidente

Cristão e honesto poder reeleger-se.

Faria, no verso, um ateu converter-se

Em crédulo que aceite a Escritura Sagrada.

A História Mundial era versificada.

E parodiando São José do Egito,

Todo lar teria um poema escrito.

E se eu não gostasse de ler poesia,

O espírito que tenho não contemplaria

A luz e a beleza do Céu Infinito.

3- O SOL E O SEU DESTINO

Autor Valdir Loureiro.

Estrofe: décima com 10 Hendecassílabos.

O Sol nasceu hoje muito iluminado:

entendeu melhor a posição da Lua —,

a "quem" dá seu brilho, porém não é sua;

é triste por viver dela separado.

Ilumina a todos, tem o seu reinado;

é uma estrela de "quinta grandeza".

Vou ser um poeta, ouvindo a Natureza,

que diz: "Astro Rei, eu criei a Poesia,

que, assim como o Sol, irradia energia

e tal como a Lua, reflete tristeza".

4- VISITA DA FELICIDADE

Autor Valdir Loureiro.

Estrofe: décima com 10 Hendecassílabos.

Olhei as paredes e o teto de casa...

Achei no meu quarto esta nova nuança:

as cores do amor, da paixão e esperança

ficaram uma só na superfície rasa.

A unificação dessas cores embasa

um imaginário romântico ou poético.

Na análise, passei um "visor dialético

de mágica" que só a Poesia oferece:

a cor transformada que eu vi parece

a felicidade em um modo sintético.

5- DEUSAS DA POESIA: CALÍOPE, ERATO E POLÍMNIA

Autor Valdir Loureiro.

Estrofe com 10 Hendecassílabos.

Festejo o teu dia, o teu aniversário!

Tu és imortal, ó minha Deusa-musa!

Sou teu trovador que jamais se escusa:

dou métrica, dou rima e ritmo necessário.

Não acho um verbete no dicionário

que me diga a tua dimensão completa.

Calíope, Erato e Polímnia têm meta:

tens esses três nomes, na Mitologia.

Mas, na minha verve, o nome não varia:

és a Poesia. E eu sou teu poeta.

6- SÚPLICA DO TROVADOR

Autor Valdir Loureiro.

Estrofe com 10 Hendecassílabos.

Peço o teu perdão, por não ser genial...

Faço o meu poema, juntando os pedaços:

dou linhas, dou pontos, depois boto laços,

abrindo e fechando a peça textual

— dramática, satírica, lírica ou teatral —*

que alguém admira ou guardou para ver.

Sou "filho adotado" que não quer fazer

vergonha à sua mãe em qualquer companhia.

Por isso, eu te peço: "Ó Mãe Poesia,

faz de mim o poeta que eu quero ser!".

*Menção aos 3 (ou 4) tipos principais de poema.

7- A CAMINHO DO BEM

Autor Valdir Loureiro.

Estrofe com 10 Hendecassílabos.

Castro Alves é O Poeta da Escravidão,

Casimiro é O Poeta da Saudade;

já fiz muito verso, falando em bondade.

Poderei ser eu O Poeta da Emoção?

Eu vivo ou me iludo em uma dimensão

capaz de cobrir toda a face da Terra;

"sou um bom cordeiro que pula e não berra;

sou uma ovelha mansa que não dá marrada";

se fosse por mim, a Vida era uma estrada

por onde passava só grande comboio;

só nascia trigo e morreria joio,

e a Casa do Bem era mais visitada.

8- PAUSA DA POESIA

Autor Valdir Loureiro.

Poema com 12 Decassílabos.

Um poeta faz pausa em calmaria,

quando acha uma sombra no caminho.

E também faz parada em redemoinho,

quando passa uma forte ventania.

Importante é que esteja em harmonia

com as mudanças no rol da Natureza.

Se um amigo causar-lhe estranheza,

ele aceita o estranho e a amizade.

A Poesia faz com que ele agrade

os contrários de toda realeza

na bonança do tempo e tempestade,

protegido em lençol de gentileza.

9- POESIA GRATIFICANTE

Autor Valdir Loureiro.

Poema com 12 Decassílabos.

Como é gratificante ser poeta,

Ser lido por famosos escritores!

Acalma certa veia inquieta,

Enquanto aumenta impulsos criadores.

Ativa os pensamentos mais voadores

No rumo de um espaço infinito,

No qual um som ecoa mais bonito:

É da música de artistas e cantores.

Então eu me transformo em estagiário

Com um gênio que só por lá tem vida

E torna a minha poesia mais lida

Que antes desse estágio imaginário.

10- POESIA ACOLHEDORA

Autor Valdir Loureiro.

Poema "soneteano" em versos do tipo Hendecassílabos.

A minha poesia comporta o lamento

de uma criança perdida no mato;

de um cego, chorando sem ver seu retrato;

de um pobre aleijado sem ter um assento.

Está sobre a mesa onde falta alimento,

frequenta uma igreja com gente, rezando;

vai ao cemitério com quem está chorando,

adota um cachorro que o dono abandona.

Orienta o governo que se desmorona,

dá força a quem sofre de alguma doença,

clareia o juízo do rei que não pensa.

Enfim, tem de tudo o que é bom, uma porção;

não obra milagre, mas faz oração,

e Deus toma conta do que ela não vença.

11- É CONTIGO, POESIA!

Estrofe com 10 Hendecassílabos.

Poesia, é contigo que eu desabafo

a dor ressentida por causa de amor

vivido em um tempo de riso e de flor

que, em verso saudoso, eu descrevo e grafo.

Sua imagem de encanto, aqui fotografo

e guardo o retrato na imaginação.

Ó Doce Poesia, traz conformação

ao meu peito aflito e distante de quem

amei, foi embora, deixou-me e também

levou minha fonte de inspiração.

12- FICA COMIGO, POESIA!

Poema "soneteano" em versos do tipo Hendecassílabos.

Ó Minha Poesia, eu sou quem te venera,

não posso ficar sem a tua presença!

Que se, vais embora, parece doença

o tempo em que fico sozinho, à tua espera.

Somente contigo, a minha mente gera

um campo magnético na imaginação

capaz de fluir um poema ou canção

dos quais tu és parte: musa e coautora.

Então minha dor vira auxiliadora.

E um novo cenário é palco de eventos

no qual festejamos os nossos inventos:

eu faço um poema, tu me interpretas...

E eu me sinto mais feliz entre os poetas

porque tu acompanhas meu passo e talentos.

13- NÃO SE VÁ, POESIA!

Estrofe com 10 Decassílabos.

Não vá embora, Amada Poesia,

que eu sinto a falta da sua beleza.

Sinto-me bem, postado em sua alteza.

E nada crio sem a sua magia.

Eu, sem você, não tenho fantasia;

mas faço conta do avançar da hora.

Você é dama, deusa, mãe e senhora:

um ser completo para o meu viver.

Com a sua arte, eu consegui fazer

feliz quem sofre por amor... quem chora.

14- POESIA CONFIDENTE

Autor Valdir Loureiro.

Poema "soneteano" em versos do tipo Decassílabos.

És tu quem ouve e sente a minha queixa

quando eu reclamo de algum sofrimento.

Sou resistente à Dor, mas não aguento

falta e desprezo do amor que me deixa.

Sou contra quem tiver bravata e reixa.

O meu negócio é viver só em paz,

especialmente com amor, se ele faz

muitos carinhos que ele mesmo enfeixa.

És minha Amada e Lírica Poesia

que me consola em hora de agonia

e eu já cantei em verso ao som da lira.

És minha companheira inseparável.

Tens um amor por mim tão confiável

que és confidente da minha mentira.

15- POESIA, MÚSICA E ARTE

Autor Valdir Loureiro.

Poema em 22 versos do tipo Hendecassílabos.

Ó Linda Poesia, hoje eu me acordei

alegre demais e querendo te ver.

Um largo sorriso, eu preciso fazer,

para assim dizeres: "Meu Vate, eu gostei...!".

Agora que estamos onde eu te esperei,

pergunto se vamos fazer um versinho...

É bom ficar próprio para o som do pinho

de um mestre, um maestro, que eu já convidei.

Há ritmo na música e na poesia;

do poema, é a poética. Dos cinco, é a estética.

A música é melódica e tem harmonia.

Não sei qual tem mais criação imagética.

A Música e a Poesia vão se encontrar.

Feliz é um bardo que as conhecer.

Um músico é artista que eu queria ser.

E para esses gênios, vai meu versejar;

com afinação, retoquei minha parte.

Eu fiz um poema como obra da Arte.

Sai do nosso encontro: música em verso e rima.

Nós todos fazemos uma obra-prima

que, dos seus encantos, não há quem se farte,

porque não se enjoa o que a Arte mima.

16- POESIA ALENTADORA

Estrofe: décima com 10 Hendecassílabos.

Ó Doce Poesia, é com o teu alento

que eu desabafo tristeza em mau dia,

tal qual um artista com o seu instrumento,

tocando e cantando ao som da melodia.

És minha fiel e pontual companhia.

Sem ti, eu me sinto sozinho e distante.

Teu ninho é no meu coração vigilante

que fica pulsando enquanto adormeço.

Contigo eu me alegro e não me aborreço,

sentindo-me forte, feliz, confiante.

17- ENCONTRO COM A POESIA

Autor Valdir Loureiro.

Poema "soneteano" em versos do tipo Decassílabos.

Encontrei-me de novo com a Poesia.

Perguntei-lhe por que estava sumida.

Ela disse que parte da sua vida

É tomada por gente em agonia.

Meditei: sou feliz... e não sabia

Que o meu verso é mais alegre que triste.

Sou poeta que sofre, mas resiste

Ao sopapo do vento furioso.

Desse jeito, eu me sinto venturoso!

Só lamento se vou adoecer.

Sou feliz, muito antes de nascer!

O problema é que já eu nasci, chorando.

Mas depois me alegrei, rindo e cantando.

E a Poesia sempre me deu prazer.

18- POESIA QUER PAZ

Autor Valdir Loureiro.

Estrofe: décima com 10 Hendecassílabos.

Eu tenho a impressão de que a Poesia

Não quer a pessoa com irritação.

Eu não sinto o vento da inspiração,

Se fico zangado ou com ar de fobia.

O mais que ela aceita é uma elegia:

Um poema lírico de voz terna e triste.

Sem ter mente aberta, meu gênio desiste.

Preciso encontrar-me em estado de graça.

Por via de raiva, meu verso não passa:

Faz como uma carta que, ao jogo, despiste.

19- AUTONOMÁSIA DE POETAS

Vinícius foi O Poeta da Paixão;

Camões, “das Antíteses”; "do Amor", é Florbela;

"O da Natureza" é Fagundes Varela;

Castro Alves, O Poeta da Escravidão.

Eu sou O Poeta da Separação —

para os bons amantes que se dividiram;

fascínio... e fantasma que já me seguiram

à luz... e à sombra do "sol do passado":

feliz, fui querido... infeliz, fui deixado

por amor... e ódio que me atraíram.

Poemeto com hendecassílabos.

20- RITMO NA MÉTRICA E NA RIMA

Versos de Valdir Loureiro

Não sei porque poeta modernista

Não valoriza a métrica nem a rima,

Se cada qual desses itens sublima

O meu poema romântico, lirista.

Eu tendo a ser poeta musicista

Por gosto, vocação e natureza.

É no Parnaso que eu acho a beleza

Da ninfa, deusa e musa do meu fado.

O modernismo, eu já deixei de lado,

Embora não despreze o seu valor.

Faço nos dedos conta e medidor

De sílabas métricas ou sílabas poéticas.

E obedeço às nuanças estéticas,

Botando o verso em uma melodia.

Assim eu acho a música e a harmonia,

Enriquecendo ideias dialéticas.

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Nota do Autor: poema acima em 16 versos do tipo Decassílabos, no ritmo de Valsa, com rimas intercaladas ABBA ACCD DE EFFGGF.

21- CALÍOPE, A RAINHA DAS MUSAS

Autor Valdir Loureiro

Poema Soneteano

Todo artista elogia o instrumento

Que o torna um ídolo com as suas blusas.

Vou falar com A Rainha das Musas

Que me faz rir durante o sofrimento.

Sou poeta na dor e no alento.

Não me deixe, ó Calíope, nem se ausente.

Não sei bem se há um verso que eu invente

Sem seu gênio e seu acompanhamento.

Precisei hoje mesmo da sua mão

Para guiar-me na exata direção

Que separa a coragem da fraqueza.

Foi, então, que eu vesti o seu manto,

Mesmo não sendo próprio e nem eu, tanto

Para trajar-me com a sua realeza.

22- DOSE DE POESIA.

Poema Soneteano em 14 versos do tipo Decassílabos.

Autor Valdir Loureiro

Quanto menos me concentro na escrita,

Mais eu sinto vontade de escrever.

Se a minha alma tranquila fica aflita,

O meu verso terá que a reverter.

Se uma cena vem me entristecer,

Eu recorro a uma dose de poesia.

E se falta brinquedo no meu dia,

Um poema completa o meu lazer.

Para cada um espinho que eu acho,

O meu jardim poético tem um cacho

De flores em um jarro encantador.

De tristonho, eu me transformo em contente.

E de longe, eu me faço mais presente

Como vate, poeta e escritor.

23- MENSAGEIRO DA POESIA

Estrofe com 10 Hendecassílabos.

Autor Valdir Loureiro

Tenho a presunção de assim me chamar,

Sem comprovação: "porta-voz da poesia" -—

Um título que, em sonho, eu me atribuiria

Até o momento de eu me acordar.

Mas, qual sonhador, quero certificar

A minha intenção de forma original.

Ocorreu-me, então, uma ideia casual

De voltar ao ponto ideal de partida,

Onde a poesia é minha querida

E eu sou o seu mensageiro leal.

24- POESIA, BENDITA ORAÇÃO.

Poema "soneteano"

Autor Valdir Loureiro

A poesia é uma bendita oração

Que conforta o meu peito sofrefor,

Alivia o pesar da minha dor,

Reanima o pulsar do coração.

Depois de um poema que eu componho,

Ajudado pela voz de uma musa,

Meu oratório tem a prece inclusa,

Realizo uma obra do meu sonho.

Dando força que me faz reviver,

O meu Anjo da Guarda vem dizer

Que assiste o meu choro e sofrimento.

Sinto mais a presença e o amor de Deus.

Um espírito afasta os males meus

E eu sou um novo corpo em movimento.

25- INFLUÊNCIA DA POESIA.

Poema "soneteano" em 14 Dodecassílabos ritmados.

Autor Valdir Loureiro.

A Poesia tem um quê misterioso;

Influencia o poeta e o inventor.

Sentindo a falta do seu ritmo harmonioso,

Ouço um artista musical e um trovador.

Se não consigo ser um vate criador,

É por não ter a veia artística saliente;

Mas tomo a dose de motivação fremente,

Alimentando o meu espírito de cantor.

Quando não tenho uma alegria, eu me acalanto

Com um poema que eu faço e eu mesmo canto

Na melodia que eu também invento na hora.

Nessa harmonia, quando me chega, eu espanto

Mal de tristeza, solidão e visto um manto

De poesia que manda o mal ir-se embora.

NOTA: poema acima em 14 Dodecassílabos, na estrutura do soneto italiano (2 quartetos e 2 tercetos), no ritmo da música "Lua Branca", de Chiquinha Gonzaga.

26- POESIA IMORTAL.

Poema "soneteano".

Versos: 14 Hendecassílabos.

Autor Valdir Loureiro

Até na "última hora", eu quero escrever,

Caindo por cima da escrivaninha,

Costurando verso com a agulha-rainha

Da inspiração que me vem socorrer.

Em continuidade, eu quero dizer

Que fico fazendo verso moribundo.

Prossigo na arte e, mesmo no Outro Mundo,

Estou no parnaso que me acolher.

Por lá, imagino o valor de esteta;

Se ainda eu vou ser um perfeito poeta

Sob a santidade que me influencia.

Junto à escrivaninha, onde eu me levantar,

Suplico a um santo que venha ajudar

A imortalizar poeta e poesia.

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27- POETA NA RETRANCA.

Poema "soneteano".

Versos: Decassílabos.

Autor Valdir Loureiro

Sempre estou sendo achado em flagrante,

Escrevendo um poema concentrado.

Quem me vê junto à mesa, eu reservado,

Pensa logo em um estranho delirante.

Na retranca, sou eu mais um amante

Da poesia que mora no meu peito;

Dorme comigo e acorda-me no leito;

Ou me inquieta, ou me serve de calmante.

Se me vissem, botando verso em ordem

Antes dos passarinhos que se acordem,

Então diriam: "Esse é um lunático...".

Mas ah como eu me sinto bem assim

— A pensar nas pessoas e em mim —,

Sem extremo dinâmico nem estático!

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28- COM A POESIA, É POSSÍVEL

Versos: hendecassílabos

Autor Valdir Loureiro

Deitado em teu colo, Poesia, é possível

Eu usar metáfora na fase confusa,

Onde a vida tem espadim que se cruza

Com uma bengala, em contraste visível.

A espada é mais forte do que a vareta:

Uma é a doença e a outra é a saúde.

O sabre tem força — poder de bereta;

A ferida é frágil, procura quem a ajude.

Uma flor não é para seguir caminho

Por uma estrada, um corredor de espinho,

Nas pétalas, levando furada e arranhão.

Bem assim também a saúde não era

Para ter doença com as garras de fera

Que fura, sangrando a pele e o coração.

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29- REAÇÃO DE POETA

Autor Valdir Loureiro

Poema "soneteano". Versos do tipo Hendecassílabos — ritmados, no modelo do soneto italiano.

Para quem a minha poesia é besteira,

Eu faço de conta que sou mesmo um besta,

Mas, cesteiro que guarda os versos na cesta,

A fim de não os achar na bagaceira.

O dia após dia causa uma canseira

Que me joga lento, na pluma do leito.

Não há reação que eu tenha e o jeito

É cair no sono com a dormideira.

Um tolo que vira sábio e inteligente

Sou eu quando faço um poema envolvente

No marco da história de quem foi herói.

Com os gênios, eu durmo bem acompanhado;

E a minha obra tem leitor selecionado.

Pancada de quem me critica não dói.

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30- POESIA E ORAÇÃO

Autor: Valdir Loureiro

Poema "soneteano" em versos do tipo Decassílabos.

Quando vires, bem junto a mim, um vulto,

Circundando o meu corpo — como aura,

É um estro da Poesia que se instaura,

Prenunciando o começo do meu culto.

Eu recebo o tear circulatório,

Já elevo ao Céu minha intenção

Sob a forma de versos em canção,

No altar de um poético oratório.

Para mim, tanto faz estar rezando

Com os espíritos de luz, purificando

O meu ar de impureza mental

Como ser um carnal receptáculo

Da energia de musas no oráculo

Onde eu rezo a poesia espiritual.

31- AVIÃO DE POESIA

Poema Soneteano.

Versos: decassílabos

Autor: Valdir Loureiro

Eu perdi certo rumo da Escrita,

Mas não perco sua bússola, um instrumento

Que me diz o direcionamento;

E o meu voo, com outro voo, não se conflita.

Escrevi poemas de conformação

Para gente que rezava de luto:

Mais de quinhentos versos, eu computo

Publicados em uma coleção.

Mas ainda, hoje em dia, eu decolo

No avião para onde eu consolo

Alma que sofre com a sepultura.

Sendo assim, apesar de ter perdido

Rumo poético, vou aplicar sentido

Da poesia ao consolo na amargura.

32- QUASE UM BATISMO POÉTICO

Autor: Valdir Loureiro

Fiquei mais inclinado a fazer verso

Logo após entender que a poesia

É uma arte na qual meu gênio cria

Outro mundo em que possa ser imerso.

E depois de voltar desse universo,

Sente a leveza de quem se alivia

Como alguém se batiza em nova pia,

Tendo a graça de um poeta transverso.

Giro o mundo, em sentido diagonal,

Mas, na rota magnética original,

Que talvez só eu mesmo a admire.

Meu conforto é saber que vou cruzando

Muita ideia em comum, atravessando

Outras águas onde só eu me vire.

33- DIA DO POETA: 20 de Outubro.

Versos: 14 Hendecassílabos de Valdir Loureiro na forma do soneto italiano.

Em Vinte de Outubro, que é hoje, eu festejo

O Dia do Poeta com este presente:

É quase um soneto para um contingente

Pois, como aspirante a poeta, eu me vejo.

Quebrei o silêncio, escutando o realejo;

Busquei inspiração em música transcendente.

Preenchi o espaço vazio na mente

Com a realização do festivo desejo.

Parabéns, eu dou à poetisa e ao poeta

Que fazem seu verso para a obra seleta

No olimpo da vida, sem hora marcada.

E a quem lê, declama, decora ou aprecia

O bom conteúdo que vem da Poesia,

Agradeço em nome dessa Arte Amada.

34- CHEIRO DA POESIA

Versos: Hendecassílabos.

Autor: Valdir Loureiro

Poesia! de novo, eu não resisti

A ficar sem perfume teu no meu peito!

Por isso, corri, estou aqui: foi o jeito,

A fim de ganhar teu olor que perdi.

Na noite de ontem, eu me recolhi

Ao meu aposento e procurei o leito;

Mal achei o sono, não dormi direito,

Porque nem um cheiro de verso, eu senti.

Agora que estou nos teus braços, deitado,

Respiro o ar puro de um poeta inspirado,

Recebendo a brisa do campo fagueiro.

Voltei novamente disposto a ficar

No teu aconchego, que parece um lar —

Onde, do teu jardim de amor, sinto o cheiro.

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Poema acima na forma do soneto italiano, rimas ABBA ABBA CCD EED.