Carolina Maria de Jesus
Na travessura incerta da nossa vida
Não me esqueço da nossa história
Olhos que me sucumbem dia a dia
Vejo sua luta a cada aula na periferia.
Intitulam a favelada, a mãe solteira
Eu vejo a pobre, a querida mãe solo
Aquela pessoa boa, a trabalhadeira
Com a miséria humana no seu colo.
Da rebelde que briga com o destino
Surge a doce dolorosa resistência
Expurga a linguagem como um hino
Relata a fome latejante da resiliência.
Vejo a religiosidade silenciada
Carolina vejo você a quem tem fome
A cultura oprimida, marginalizada
A quem tem vontade e não tem nome!
Para cada criança sentada na sala um giz
A voz escrita de esperança por um mundo feliz!