Nevoeiro dos sentidos

Os mortos dos meus mortos

trago nos sentidos,

num berço de saudade

os trago adormecidos.

Ai,saudade efemera sem paz

que vive em mim

pobre mortal de Deus nascido!

Minh'Alma sepultada

neste espesso nevoeiro

adormece os mortos

no frio dos meus sentidos,

mas se acordado

os sinto adormecidos,

despertam depois quando adormeço.

E em cada noite que me deito

liberto-me da matéria,

abraço-os, recordo-os...

Esvai-se o nevoeiro espesso

e numa imensidão aerea

sonho, acordo e adormeço.

"quasi madrugada"

Sinto-me um TODO enquanto Alma singular quando atinjo o além-forma. É o extase total desta minha Humana existência...