Taquari
Vento vem
Vagaroso
No silêncio
Sem avisos
Chuva cai
Vai bem fina
Molha em cima
Tudo ensopa
A natureza galopa
Solta sem rédeas
Sem freios
As mãos não podem conter
Gritos já varam a noite
Olhos sem brilhos
De dor
O rio arrebentou
Sua ira
Suas feras
Suas tralhas
Suas veias
Suas pernas
Um rio menor que mar
Sem barco
Sem pescador
Sem peixe
Sem remador
Sem nenhum sinal de vida
Parece até ter uma ferida
Na sua foz sem voz
Bem ali
Taquari
Árvore frondosa
Rio sem controle
Dos homens
Que cuidam de nós