CAMPO BRANCO
As tataremas despidas e sedentas
Não querem mais amarelar.
É sinal que as nuvens cinzentas
Não vão mais voltar.
Os passarinhos à distância
Suplicam ao criador
Que mande chuva em abundância
A este torrão sofredor.
Nos antigos bucólicos dos pequenos répteis
O vento cortante quebranta o açoite;
Na campa medonha das terras inférteis
Passeiam tranqüilos espectros da noite.
Desgrenhadas montanhas com seus itambés
Afiados pelas unhas da má sorte
Assombram os viventes da cabeça aos pés
Com presságios tenebrosos da morte.
Campo branco, terra seca a padecer,
Sei que ainda vou ver
As marrãs de Elomar parir sem querer
Amanhã, no amanhecer.
Ao menestrel Elomar Figueira.