Sentidos
à Marize Castro
Degusto-te como quem
apura o olfato
pousado no raro néctar
devotada na alegria
sacra do primeiro verso
o último impacto
habitar teu nome
vestir sorrindo sangue
no esperado ouro
os desastres que nos acontecem
são poéticos
sujeitos aos mais belos mosaicos
como os teus livros
de trás para frente
de cima a baixo
livres versos
sentidos consentidos
enchendo a xícara fria
de chocolate quente
num refinado rito
metáforas eloquentes.