Eterna Leonor
De súbito, voo para ti,
mas o pensamento não arrasta o corpo
que permanece inerte e morto
lânguido por ver-te...
Mas agora, que possuo uma imagem do teu ser,
a minha memória fixa a expressão do teu rosto,
enquanto o coração bate
na esperança de te encontrar de novo.
Todo o meu ser arde e anseia
por te dar o que eu tenho de melhor,
que é isso que todos os corações
verdadeiramente desejam...
E como te agradeço
com a água mais pura das lágrimas
que os olhos vertem de total gratidão...
Oh sim, nós sabemos chorar: que bom!
Isto são apenas palavras absolutamente infantis
escritas nessa comoção tão doce
da recordação eidética
que a minha alma de ti para sempre apreendeu.
Sim, eu sei o que significa “eternamente”:
quer apenas dizer
“enquanto formos vivos”
e como aquilo que ama nunca morre...
Nem morrem aqueles que amam,
ó minha amada imortal,
sempiterna Leonor...
(a Ana, que alguém ama...)
Famalicão, 09-09-2000