BALADA DE UM LOUCO (in memória de Rita Lee)
Um questionamento, não, uma a provocação,
Perguntaram-me sou louco, sem conexão.
Mas, se o louco não conhece a sua insanidade,
A estupidez prevalece na minha interlocutora, em verdade.
"Não, não sou louco", declaro convicto,
Minhas faculdades mentais em pleno siso.
Opinião e crítica são minhas ferramentas,
Questiono o mundo no qual temos vivenda.
Visão crítica, opiniões a respeitar,
Buscar intervir, a realidade moldar.
No meio onde moro, exercendo profissão,
Lutando por justiça, contra exploração.
Para alguns, minha busca é demência,
Mas não, é a essência da consciência.
Luta de classes permeia minha ação,
Convite a ousar, pensar com paixão.
Assim, não sou louco, sou um ativista a lutar,
Por um mundo de igualdade a criar.
Aceite o convite, sejamos gente louca,
Consciente, consequente, onírica.
Por Adriano Espíndola Cavalheiro, em 06.06.2023, inspirado em "Balada de um Louco", canção de Arnaldo Baptista e Rita Lee, lançada originalmente pela banda Os Mutantes em 1972, o ano anterior ao meu nascimento.