Oberdam

Meu primo poeta apagou as luzes...

Fez-se festa, carregando cruzes...

As luzes e as flores fizeram florestas.

E a vida brotou como arestas...

De frestas multicoloridas.

Meu primo poeta fez-se riso...

Foi-se no mato...

Foice por um fio da civilização.

Meu primo poeta é madeira, é rio, é igapó...

É sucupira que não chora ao corte do machado.

Meu primo poeta é vida, maçaranduba sem nó...

Meu primo poeta é obra errante da Amazônia...