Velho Raimundo
À minha amiga Penha Alves.
O Raimundo vai pra roça
Sem ter hora de voltar
Pés no chão, corpo no frio
É preciso labutar.
Seu ranchinho à beira-rio
Chão batido, chaminé
Fogão à lenha enfumaçado
O coador parindo o café.
Ele despede da família
E segue o longo estradão
A luz de Deus ilumina
Aquele velho ancião.
Benedita e os filhos
Lábios em oração
O alimento sobre a mesa
O abençoado pão.
Velho Raimundo do Bento
Preto velho deste chão
Braço forte da senzala
Esteio forte do sertão!