Elas

Enciumado por tanta beleza

Em nossos músculos, compensação

Como um rugido que só confirma nossa fraqueza

Tão desconexo frente ao cicio da argumentação

Pela força, querer valer nossa vontade

O coração delas embrulhado para presente

Mas o “delas” já diz de quem é a propriedade

Você terá que conversar com seu gerente

Nas suas fragilidades assumidas

Elas demonstram a coragem da declaração

Buscam o diagnóstico, para tratamento das feridas

Do outro lado, a debilidade em dissimulação

O homem que é homem não chora

Sempre pregou nossa tradição

Mas o que aprisionamos tem esporas

Arranham nosso peito na solidão

Ainda bem que elas estão dispostas à ajudar

De motivação nos dão um banho

Enaltecem nossa grandeza e fingimos acreditar

Pois perto delas reconhecemos nosso tamanho

Como pode naquele olhar despretensioso

Fisgar de jeito nossa atenção

Poderia ser culpa de nosso jeito curioso

Mas como elas sabem tanto no jogo da sedução?

Por mais que tentem não terá quem compreenda

Da onde conseguem retirar tanta energia

Como conseguem organizar a sua agenda

Dar conta do trabalho, cuidar de si e da família?

Diferente de nós elas não são competitivas

Sorte nossa: a humilhação seria uma constante

Magnânimas, tem um jeito que cativa:

Pugnar para crescer juntos, sendo o resto irrelevante

Como pode por baixo daquela pele macia

Morar a rigidez da mais obstinada da determinação?

Por estas e outras que esta homenagem transborda o dia

Porque nem em toda uma vida cabe nossa admiração

Então competitivo, nesta poesia eu tomo a providência,

Devidamente conformado, para que fique registrado,

Comparando categorias na análise das sapiências:

O homem é bacharel e a mulher pós-doutorado