A guerreira
Minha mãe sempre costurou suas mágoas,
Com a agulha que lhe deu o tempo cruel,
E foi fazendo de linha suas lágrimas,
Cosendo a vida com gosto de fel.
Sua grande virtude era o acabamento,
Tornou-se perita alinhavando a vida,
Rindo e fazendo sorrir o sofrimento,
Vencendo e nunca se sentiu vencida.
Toda dor transformou em sentimento,
Que no perdão da fé foi dissolvida,
Nunca transpareceu um sofrimento.
Sua força vinha do céu que lhe abraça,
Do espírito que lhe deu avivamento;
Foi Deus quem sempre conduziu sua graça.