The Book’s Song
Quisera ser um livro
perdido num prateleira,
sozinho, ignorado, esquecido,
jamais requisitado,
nunca lido ou consultado,
apenas para estar contigo,
na Biblioteca, junto de Ti,
e ver-Te e ouvir-Te sempre,
mesmo que as Tuas mãos
nunca me tocassem
e não me olhasses
ou nem sequer soubesses
que eu existia.
Quisera ser uma simples folha de papel
impressa, escondida, submersa,
prensada entre tantas outras,
sem ficha nem arquivo,
anónima, clandestina, censurada,
nunca entrevista, jamais folheada,
mas ter o raro privilégio
de permanecer perene, eterna,
perpetuamente a teu lado!
PS: E o meu nome era
“Elogio ao Amor”
Sª Mª Feira, 09-02-1990