Para negar, desvinculou
Abertamente vejo teus olhos lindos
Como negar
Para meu coração, inesquecíveis
Boca e voz
Cabelos e pescoço
Ancas e imagem, febril
E nas ruas ladeadas, paralelas, como as tuas
Deixa-te em caminhos de pontes
Atravessando rio, mar, aleluia
Essa inquietação
Essa magia em ser sempre pura
A voz abafada, crua, às vezes sussurrando
Às vezes gritando, extasiada
Mantendo a sensação do gostar, do se doar
Alimentando desejo, sonho, toques e danças
Na corda bamba, insinuando-te
Esse teu desejo de se mostrar nua
Alma livre, como sempre fostes
Apenas o corpo se lançando em sonho
Aberto e repleto da liberdade
O que mais puro, teu corpo, teu urro
E nas tardes quentes, nas suaves brisas, salgadas
O que te escorre pelo rosto
O sopro refresca sabor e gosto
Sede de amor, compaixão
E este rosto lindo, sorrindo
Nega realidade
Dizendo, tudo ilusão
Criando mandinga, coração
Emmanuel Almeida