Africano
Mão caluda
pé rachado,
num lamento o escravo
implora por ajuda.
Mãos que puxam o café,
ao estalar do feroz chicote
negro seja forte
Deus tua força é.
Pode o algoz esfolar tua pele
com silvo cruel da chibata,
mas nunca atingir a tu’alma
porque negro, teu povo te exalta.
A noite é teu berçário
descanse no conforto da senzala,
a lágrima que em teu rosto espalha
é a paga por anos de trabalho.
O suor de tua fronte emanado
deixou muita gente feliz,
a dor do lombo marcado
fez a grandeza do nosso país.
Hó africano de pele brilhante!
Homem de extrema bravura,
me curvo a ti nesse instante
por engrandecer a nossa cultura.