POEMA A UMA SENHORA

POEMA A UMA SENHORA

 

 

Existe um grito calado em meu peito

ecoando em minha alma pela tua distância

Se fosses minha não sei bem se seria direito

mas ao menos em mim mataria essa ânsia

 

Esse desejo louco que é minha vida

querendo fazer da tua vida feliz.

Porém, nem posso chamar-te de querida

pois assim o meu mau destino o quis

 

Às vezes a ilusão me adormece

e eu sonho contigo num amor sem fim,

mas logo me vem acordar a distância que cresce

sempre a te afastar mais e mais de mim.

 

E então eu me pergunto, desiludido e tristonho,

por que mereci tão triste caminho?

Será que o amor é apenas um sonho

que com o tempo se transforma em espinho?...

 

E ainda pergunto a mim somente

por que tanto sofrimento a quem tanto ama

e por que amar a quem nos é indiferente

se não há combustível para essa chama?...

 

Mas eu ainda me culpo por não saber te dar

a exata dimensão deste amor sem fim

Só posso mesmo dizer que te amar

é o que há de melhor e mais belo em mim.

 

Como já disse, às vezes sonho com teu amor,

mas isso é uma coisa tão impossível, tão distante,

que sofro ainda mais o triste amargor

de ter que viver essa realidade a cada instante.

 

Um amor impossível me traz essa ânsia

que faz reviver o meu peito deserto

por ele ser impossível é que amo à distância

quem eu não posso amar de perto...

 

Queria te dizer algo muito simples e bonito

para fazer você sentir toda força deste amor

que me consome a alma e que por ser infinito

e, mais, por não ter eco de ti, há de ser eterno na dor...

 

Mas eu sei aceitar o que precisa ser aceito

e por isso, e mais ainda por tanto te amar

é que muito te admiro, mas com respeito

à tua felicidade e à do teu par...

 

Sabe Deus o que faz e por isso

sei que a aliança em tua mão

é o símbolo de um compromisso

que me deixou preso à solidão...

 

Sei que amar não é nenhum pecado

quando realmente se ama com pureza

Só lamento que não se tenha completado

em nós um amor assim, de tamanha beleza...

 

 

© Cláudio Carvalho Fernandes 2000-2022.

 

Cláudio Carvalho Fernandes
Enviado por Cláudio Carvalho Fernandes em 25/11/2022
Reeditado em 12/12/2022
Código do texto: T7657961
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