De cada célula um poema
Ao seu clone,
Um poema de cada célula,
E quanto ouso vir pelo presente,
Querer saber quem foi de nós distante,
Eis que nasce ainda dele sendo o instante,
E o que vira a ser ele presente.
mandamos de volta e com urgência...
mas como há de ser?
um rastro, que seja, do que seja sua chegada
eis que apresenta a essência ser...
implosão que se conhece sempre...
Antoniel se encontra em cada gota exsudada.
No nosso sangue,
Nas nossas vísceras,
Em cada tripa
Na baba dada de cada dia.
Fecundando-nos de poesia
Encontrando assim
E não mais se tendo
A própria cria que se cria.
Ele se encontra e não nos deixa
Em nós se encontra e se afixa.
ainda é tempo de dizer que o tempo,
ao mesmo tempo de um hoje infinito,
é para nós menor que o de amanhã clonado.
Aquele não é ele. É aquele farsa,
Que grita e cala e chora e ri - disfarça,
Num diz-que-nada-diz a cada verso.
O tempo é o que somos. Cada instante
é mais que o recomeço do restante,
pois deixa em nossas mãos a sua presença.
desculpe-me do verso mal traçado...
aquele sem sentido, não pensado,
que quer passar por ele e não consegue...
recebam-me, poetas, locatário...
a sangue será duplicado, caso contrário,
não existiria poesia . Como? Mas não nos deixaria...
Por que, sendo tão pouco, ele não acaba
e encerra o que não foi e nem se define?
Talvez acabe leve e se amenine
e um Milhão melhor que ele leve a cabo.
Por ora, só se cabe o menoscabo
ao resto do que é cresce e fica.
Que em sílaba por sílaba ele domina
e cria todo verso que silabo.
Mas antes devemos ser um pouco dele,
ouvindo seu grito no que há mais rouco,
Pois grito é qualquer um, basta ser Campos
e saiba ser como ele
pois que ele é tão pouco e infinito...
Era já tudo previsto
e sabíamos assim.
mal disfarço, mal disfarças,
Em nossa mente
Antoniel em nós.