Hilza, de todos os Santos
Era o nome dela.


Fui criado nos retalhos
Das cortinas dos outros
Meus calções eram folhagens
Tapando as bobagens
Que a vergonha escondia

Brincava no quintal da casa
Correndo para todo lado
Feliz com a nova roupagem
Feita nos cortes sobrados
Dos estofados que nunca sentei

Lembro-me daquela cena tão linda
Mamãe sentada à frente da velha
Máquina Singer. Eu, ao seu lado
Pequenino ainda, brincando com os botões
Encapados, alguns coloridos, usados
Para adornar os tecidos, e ganhar à vida.

Filho de costureira com muito orgulho e amor
Destemida guerreira, criou oito filhos
Cinco nem eram dela. Seu poder de justiça
Não havia igual! Ajudava a todos que podia
Um Espírito de Luz tanto na terra como no céu.
 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 29/10/2022
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