PORTO II
Pra você que é música, é poesia, é movimento
Você que é paz, calmaria mas já foi tormento
Você que é brisa leve, mas mas pode ser vendaval, toda vez que passa por aqui faz um carnaval
Onde chega é bem visto, é rio tranquilo mas também é temporal.
Porém sempre atemporal.
De relações não definidas mas sempre tão bem supridas
De tanto amor se esvai com o vento, por onde sopra, mesmo ao relento, só vê estrelas.
Só vê pessoas, só fala besteira. Com a mesma boca de ecoa, de tempos em tempo cantigas antigas, Cantigarias.
E por falar em tempo, enfim nosso trisal perfeito: eu, você e o tempo. Caminhando lado a lado, macio, como jamais esperávamos.
Um do outro somos porto, mesmo ao mundo sendo navios. Barco à vela, quase sempre vazios. Navegamos e naufragados juntos, tantas vezes que nem sei. Tantas fogueiras, casos e causos. Somos mais que acaso. Estendemos sempre os braços, quando procuramos abrigo e proteção.
Somos casa um do outro, bem aqui no coração. Um brinde triplo à sua vida. Ao universo, gratidão.