MENINO DA PELE PRETA
Por Andrade Jorge
Menino da pele preta,
pronto pra qualquer parada
fala mansa dissimulada, era seu jeito
amigo, irmão, camarada,
anda comigo em meu peito.
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Menino moleque da pele preta,
Moleque vizinho,
Com ele não tinha treta,
Era imperial, era o Pelezinho;
Discutido nas brincadeiras: bafo, pião, bolinha ou repetida
foi o “bão” o rei
sua palavra sempre foi lei.
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Pele preta, menino moleque,
estórias arquiva um monte,
levado da breca,
é só abrir o leque
não há quem discorde, ou afronte,
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Meu irmão, camarada de fé
Se precisar choro no seu choro chorado,
gargalho na sua graça, ainda que sem graça,
irmão de sangue, amado,
não é moreno, nem pardo;
Amigo és estrela cintilante cor de café
Meu compadre Wilson Felizardo.
Escrita em 28/12/2020
N.A. Em julho/2021 o amigo foi embora, mas antes ele recebeu a sua poesia.