ÀS BARATAS, COM CARINHO

Voadora

Pousou no meu joelho

Ahhhh, te odeio!

Ô ser repugnante

Casca dura

Esteve lá, no meu lixo do banheiro

Agora entrelaçada em meu cabelo!

Lixo, montanha que consumi

E foi tanto, tanto

Que me afundei e esqueci

Que a nojenta sobreviverá

Comendo minhas fezes

Roendo meus ossos

Lambendo minhas vísceras

As suas, as minhas

E com isso ela reinará no caos

À falta d'água, aos oceanos subindo

Às éspecies desaparecendo

Aos agrotóxicos poluindo

Ao Sol, à estufa que geramos

Ela, somente ela

A nojenta, a tudo, sobreviverá!

Madame F
Enviado por Madame F em 27/06/2022
Reeditado em 27/06/2022
Código do texto: T7547084
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