ÀS BARATAS, COM CARINHO
Voadora
Pousou no meu joelho
Ahhhh, te odeio!
Ô ser repugnante
Casca dura
Esteve lá, no meu lixo do banheiro
Agora entrelaçada em meu cabelo!
Lixo, montanha que consumi
E foi tanto, tanto
Que me afundei e esqueci
Que a nojenta sobreviverá
Comendo minhas fezes
Roendo meus ossos
Lambendo minhas vísceras
As suas, as minhas
E com isso ela reinará no caos
À falta d'água, aos oceanos subindo
Às éspecies desaparecendo
Aos agrotóxicos poluindo
Ao Sol, à estufa que geramos
Ela, somente ela
A nojenta, a tudo, sobreviverá!