Aos chorões
Um choro sofrido,
Cheio de dor,
Cheio de angústia;
Improvisado no ar
Rarefeito, feito de acordes
Magistrais e serenos.
Um choro sentido;
Mais com a alma do que com o ouvido.
Assombra por seu esplendor;
Hipnotiza por suas oitavas
E versos mudos falados.
Um choro perdido,
Acompanhado de braços,
Traços e abraços de um bandolim.
Harmoniza o sopro sonoro
Com o aroma saudoso,
Cauteloso e choroso do jasmim.
Um choro fingido.
Finge que chora,
Mas sorri um sorriso melódico;
Com os braços abertos de seus violões;
Aproximam-se os vizinhos,
Sorriem os chorões!