Aos chorões

Um choro sofrido,

Cheio de dor,

Cheio de angústia;

Improvisado no ar

Rarefeito, feito de acordes

Magistrais e serenos.

Um choro sentido;

Mais com a alma do que com o ouvido.

Assombra por seu esplendor;

Hipnotiza por suas oitavas

E versos mudos falados.

Um choro perdido,

Acompanhado de braços,

Traços e abraços de um bandolim.

Harmoniza o sopro sonoro

Com o aroma saudoso,

Cauteloso e choroso do jasmim.

Um choro fingido.

Finge que chora,

Mas sorri um sorriso melódico;

Com os braços abertos de seus violões;

Aproximam-se os vizinhos,

Sorriem os chorões!

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 26/11/2007
Código do texto: T753782
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