A Gueixa
Cassiå Cāry`ne
Nos olhos da gueixa poderá se perder e se reencontrar, mesmo à deriva do encantamento, pobre náufrago.
As suas mãos ágeis com os leques o hipnotizarão sem você deixar, sem resistir.
E os seus pés, vestidos por okobo, o farão ouvir sinos…
No preto dos seus cabelos, achará lua e estrelas ou jardins de Éden.
No branco de sua face, qual boneca de porcelana, desnudará tradição milenar.
Presa em seus kimonos de seda, o fará desfolhar sonhos…
E sua dança, infinitamente sedutora, o levará às nuvens.
Artista da tradição japonesa,
A gueixa é mulher domada pelo requinte.
E, arrancada do seio de sua família,
Qual bonsai replantado,
Muda de nome e de dor…
Pois até a sombra da gueixa é soberana e o faz dobrar os olhos e os joelhos do coração…
E as cerejeiras a tudo assistem e testemunham em suas flores,
Tapeteando para ela passar…
(Com as impressões do filme Memórias De Uma Gueixa - Memoirs of a Gueisha, do diretor Rob Marshall).