Cartas
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Eu não guardo cartas.
Eu não guardo elogios.
Eu não guardo saudades.
Se escrevi, por que rasgá-las?
Se deu vontade, por que evitá-los?
Se vivi, por que esquecer?
Há quem guarde bens.
Eu apenas te quero bem.
Tu entendes, meu bem?
Há quem junte riquezas demais.
Eu apenas evito tristezas banais,
posto estar no amar o meu cais.
Saiba que te guardo.
E também te aguardo...
Enquanto isso, não te guardes:
O guarda, que lá vem o guarda...
É antigo demais!