Afrodisíacas(Poema 23)
Não são os sátiros que levantam
Seus tirsos e jactam-se por
Mostrar sua rudeza na conquista,
A rua comemora a deusa
Perfumada e bela: Afrodite, sempre bela!
As pétalas de rosa, os perfumes, os véus
Sensuais e brilhantes são as oferendas a deusa.
Os homens inflamam-se de tanta
Vida que corre, jorra como fontes quentes, belos efebos
Perdem a timidez de unir-se a outros belos corpos.
Vênus feliz, acolhe a todos
Com seus abraços e beijos demorados,
Hálito de damasco e margaridas
Por toda parte é sentido.
Vênus em vestido transparente,
Rosado e realçando sua
Nudez desejada assiste
Seus amorosos fiéis.
Os beijos, abraços e carícias
Percorrem em seu corpo com
velocidade.
Vênus sempre bela!
Oferendas de trigo e azeite
São colocadas nas portas
A dança toma conta das ruas,
Os sensuais corpos incorporam-se
Ao suave e delicioso hálito da comemoração.
Vênus, quem é este
Soturno rapaz que passa
De canto a sua festa animada ?
Vem ele de uma montanha, floresta ou
Do próprio Hades com olhar tão cabisbaixo?
Ele passa lentamente, já se foi.
Os perfumes e cânticos reiniciam,
A rua agora é pequeno Olimpo!