DO MESMO BARRO

Descendente caboclo

de outra esfera,

te desmerece

quem defende a lira.

Nem uma academia

te conhece,

academista nenhum

te admira.

Só eu, feito do bronze

do teu barro,

te finjo estes poemas

- sem mentiras.

NOTA: Escrito em 1982, por este então acadêmico de Letras, com outros dois poemas que abririam uma pretensa "Cordelíssima antologia" a reunir mais de uma dezena de cordelistas vivos.