Anjinhos
Anjinhos, anjinhos, anjinhos! Santos anjos são!
Ao mesmo tempo tão singelos, cândidos e pueris...
Sinto-os murmurarem dentro do meu coração,
Ao contemplar nas lápides, tantos rostos infantis!
Oh que dor, mas ao mesmo tempo quanta ternura!
De onde vem todo este sentimento que me enlaça,
Que toca minh’alma, como bálsamo da desventura;
Como os beijos, ou como um céu que me abraça?
Oh! Que doce tristeza, angelical e amorosa,
Evocando em mim feito uma prece dolorosa;
E adoçada, nas mais profundas harmonias...
Anjinhos! Sinto-vos nos mistérios insondáveis
Como num consolo dos plenilúnios inefáveis
E das nuvens serenas, evocando nostalgias...