ROSA COR- DE- ROSA
Quando te escolhi, não sabia
que dessa cor se vestiria.
E que seria eu, ali versada,
tão cor-de- rosa no poema!
Uma inquietude, um dilema,
criou a rima doce e rosada.
Disseram: ficas bem de rosa
num verão frio. Luminosa.
Seria, talvez, coincidência?
Ou coloração pessoal
num poema quase banal?
Então me jogo nessa essência...
E verso... Verso com afã,
c’a poesia da manhã;
banhando o que de mim floresce
em cada pétala que almeja,
uma rima qualquer que seja.
Para fazê-la rósea prece...
ROSA MESCLADA
Nasceu mesclada a poesia
Nas cores do sol. Quem diria!...
Ah!Rimas d’ouro e de âmbar
pela poética aquarela!...
A inspiração vem e cinzela
cada verso, cada cismar...
De repente, és tu a saudade...
E nas entrelinhas me invade
c’as nuanças de tua ausência
florescida entre seus espinhos.
Suas pétalas são escaninhos,
porém, da tua florescência.
Guardo-a assim no verso meu,
no veludo do camafeu,
a doçura do furta-cor.
Saberás então, ao murchares ,
das eternidades solares
que verso a ti nesse clamor.
ROSA VERMELHA
Bem ali, na orla do jardim
nasce a poesia carmim.
Ah! De meus dedos pingam versos
e tingem essa folha branca.
Sangue poético que arranca
qualquer poema dos reversos.
Ai de mim, poeta. Ai de mim.
Ai das rimas de carmesim
que de tanta saudade, urdidas,
no amanhecer fez-se acalanto
Ai poema q’eu sonhei tanto
nessas pétalas, diluídas.
Rubra é tua poesia.
E bem sabes como eu queria
esse poema cor de sangue
lavado em lembranças de ti.
Ah! Poeta que sou por ai,
eternizo-lhe o verso langue.
JUSTIFICATIVAS
Tudo o que faço tem uma justificativa. Até já me disseram que justifico demais. Enfim... Esses três poemas tem uma história que começou quando reformei minha casa e fiz um canteiro pequeno para plantar flores. A princípio queria plantar rosas, mas pensei que seria muita areia para meu caminhão. Rosas para mim tem algo meio misterioso. Eu não saberia lidar com isso. Então pensei naquelas árvores que parecem pinheirinhos, mas as mudas eram caríssimas. Peguei umas mudinhas por cima do muro no quintal vizinho. Mas não vingaram. Também eram frutos do pecado. Afinal as roubei. Acabei plantando capuchinhas que viraram um batume louco. Gostei não. Arranquei tudo. Claro depois que deram flores e o sol acabou com elas. Não sou tão malvada assim. Almejei então plantar moreias, mas as mudas eram caras também. Por fim já exausta de tanto pensar, meu esposo me pediu que plantasse rosas. E foi assim que concretizei o primeiro sonho. A uma delas, dei meu nome, a outra o nome de minha mãe Teresa e à outra chamei de Maria, o nome de minha sogra que nem conheci, pois partiu muito jovem quando meu esposo tinha 15 anos. Pois bem. Fiquei esperando curiosa para saber a cor. Floresceram as primeiras rosas e com elas esses poemas que compartilho agora aqui com vocês. A primeira rosa cor-de-rosa sou eu. A segunda mesclada de laranja é minha mamãe Tereza que partiu há quatro anos e a terceira vermelha é Maria, minha sogra. Nos poemas, eu quis colocar a essência de cada uma. Como podem notar, cada coisa tem uma história e uma justificativa. Eu precisava fazer isso. Espero que gostem de meus poemas.
INTERAÇÃO DO CARO AMIGO E POETA Jacó Filho
Criaste uma obra prima,
Com rosas e sua poesia,
Que leio com alegria,
Vivenciando esse clima...
Valeu poeta. Adorei. Obrigada.