Para Quintana, o poeta alado
Pelas ruas do meu Porto
No andar cansado
Mas no pensar ativo
Caminhava o poeta Quintana
Alentava sentimentos
No Porto Alegre
Que lhe deu abrigo.
Em seus febris cataventos*
Quintana sentia
Os devires, encantos do tempo
Tormentos e musas
Como aquelas que amou um dia.
Amou demais Cecília
Que também escrevia
No coração, tinha Bruna
Em Édens de alegria.
Como todo escritor
Era refém de sonhos molhados
Das ilusões do amor
Sonhava também quindins
Jacarandás aveludados.
Quintana andava cansado
Quiçá, sofrido
Num macio mês de maio
Partiu encantado
Quem sabe ao olhar o rio
Num outono azulado?
O poeta amado, criou asas e subiu
Deixou para o mundo o legado
Chamado de poesia.
* "A rua dos cataventos", livro de Quintana
67a Edição da Feira do Livro de Porto Alegre, até 15 de novembro de 2021.