NÃO É APENAS O CANTOR

Belchior é a revolução, da revolução na canção.

É a própria natureza musical em seu enredo original, que corre sobre os trilhos

do agora no trem do amanhã.

É a necessidade viva da beleza quase morta na porta que não pode fechar,

para continuar o amor proposto na singularidade natural do que não é banal,

como uma pitada de sal no sabor quase sem flor dos dias.

Domínio do verbo que transforma o verso doído na música que liberta e

muda completamente o pensamento estático em palavras inquietas,

das letras que dançam, da poesia que salta e se espraia noutro lugar;

onde as ondas se deslocam, onde o ar é mais propício.

É a ausência do vício estéril, é o viço no verde da alma que cresce

notável e belo, quebrando o espelho com os olhos grandes que fatia a

honestidade, e rouba a decência que prescreveu a verdade se um dia viveu.

Belchior é um e se revela em mil, no país chamado Brasil, que atravessa

sua canção e se torna dono do seu chão na consciência que movimenta a

palavra em sua força inovadora.

Antítese da ferrugem que corrói os canos por onde passam as águas do rio de

nossa dor, e faz nascer uma nação, e ergue o novo na rota dos passos em

busca dos espaços que constrói a equação humana.

Belchior é o lençol colorido das mariposas abraçando os sonhos.

Orlando Alves Ribeiro
Enviado por Orlando Alves Ribeiro em 26/10/2021
Código do texto: T7372184
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