Dicotomia Platônica

Eu e você

É como a lua e o sol

Quando um se faz presente

O outro é logo afugentado

Eu e você

É como as ondas e a areia

Por mais que eu me lance ao teu alcance

Inexitoso, volto sempre à estaca zero

Eu e você

É como o cão caçando o próprio rabo

Por mais que eu corra para te apanhar

Só me acabo em desgaste

Eu e você

É como os ponteiros de um relógio

Quando penso que nos alinhamos

Em um instante, você já partiu

Eu e você

É como outono e inverno

Que com a partida de um

Ao que chega, restam apenas folhas secas

E assim sigo eu nesta utopia constante que é o meu desejo de unir os nossos mundos; eu, um eterno protagonista do drama que é esta dicotomia platônica.

@simposio.do.poeta