EM LANGOR, PELA ESTRADA - soneto em resposta ao amigo J.B. Xavier, pelo seu soneto UM BRILHO NO OLHAR
EM LANGOR, PELA ESTRADA
Lílian Maial
Seguia só, em langor, pela estrada,
com o peito ardendo o vazio de ti.
Coberta em chagas de amor, alquebrada,
com os olhos tristes, mais tristes que vi.
E na tristeza do olhar – sepultada –
inconformada do quanto sofri,
não vi além, pela dor incrustada,
esses teus lábios que, um dia, sorvi.
Os mesmos lábios bebendo meus sonhos,
beijavam doces meus olhos tristonhos,
como a banir, desse amor, dor malvada.
Foi quando a vida voltou a brilhar,
Lá estavas tu, de paixão, a esperar,
e eu nunca mais, em langor, pela estrada...