Histórias

A multidão de histórias

De eventos extravagantes

Que percorrem minhas memórias

A cada dia, a todo instante

Onde fiz o certo, onde errei

São por mim às vezes confundidas

Quais de fato foram vividas?

E quais foram as que inventei?

N'algumas, sou uma princesa

Noiva do princípe encantado

A vida me sorri todos os dias

E não conheço a tristeza

São muitas as minhas alegrias

A felicidade caminha ao meu lado

Meu coração é alado, é amado...

Noutras, sou uma prisioneira

Na masmorra d'um castelo

Vivo uma vida sem sorte

Lambendo cada dia meus cortes

Já me esqueci do que é belo

Aguardo a hora derradeira

Espero a sentença de morte...

Então fiz uma mescla de cores

De amores e desamores

De alegrias e de dores

E criei uma nova cor

Não sei por qual nome a chamo

Nem sei se a detesto ou a amo

Mas não me permito o engano

Queria chamá-la de amor…

E assim, sigo me reinventando

Tecendo e também desfiando

Um dia de cada vez

Fio no fio do meu tear

O sol já não me cresta a tez

O trigo, malho até no lagar

Sou a sensata insensatez

Queres me conhecer?

Quiçá saber quem sou?

Venha, terás primeiro que morrer

Depois tornar a viver

Quem sabe se ao alvorecer

Podes me seguir por onde vou?...

Texto inspirado na poesia "Qual a cor?" de Ane Rose, presente em sua escrivaninha na página 2 da seção Poesias.

Netokof
Enviado por Netokof em 28/01/2021
Código do texto: T7170900
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