Areias do Tempo

As areias do tempo me trazem de volta

Ao passado que, de tão presente

Com sua força latente me agarra

Segura, não solta...

Me prende em sua garra

Encarcera-me a mente.

Os ventos me levam e me trazem

Sou como uma folha à deriva no ar

Por vezes sem ar para respirar

Mas que sabe que vai se encontrar

E o lugar do marcado encontro

Marca, desencanta… encanta

É onde ocorre a mágica, o encanto

Onde me furo com a agulha do tear

Mas não deixo de tecer

Pois eu sei… vou me curar

É bem certo: vai doer

Mas também cicatrizar.

E então vejo meus flagelos

Em versos densos, mas singelos

Dissiparem-se no vento

Transformando o feio em belo

E a ampulheta, por um momento

Corre, para, susta o tempo

E em efusiva alegria

Contemplo o raiar de um novo dia

E recebo o alento...

Texto inspirado na poesia "Ampulheta" de Ane Rose, presente em sua escrivaninha na página 5 da seção "Poesias".

Netokof
Enviado por Netokof em 24/01/2021
Reeditado em 24/01/2021
Código do texto: T7167847
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