O QUE EU AMO EM VOCÊ
[a Liane Casaril
Eu amo em você o jeito que me faz parecer bobo,
Menor ao seu profundo conhecimento sobre tudo.
Eu amo o jeito apressado com o qual você me confunde,
E eu me atrapalho, me debato, reclamo...
Eu amo seu frenesi precoce, no qual a encontro devagar.
Talvez eu ame sua teimosia mais resiliente que a minha
E sua negativa de aceitar o erro, equívoco, falha, “inobservância”!
Eu amo sua vontade eletrônica de ir para cama e dormir;
O acordar pulsante, às vezes amargo - e ir trabalhar -,
Inclusive nos dias de folga.
Eu admiro sua coragem infinita de encarar o inimigo
Diário (de nós mesmos).
Aprecio seu destemor de lidar com morte e vida
Todo dia! Todo dia!
Meu suspiro de cansaço está longe de se igualar ao seu
Minha estafa é muito distinta da sua,
Mesmo assim você está de pé, às seis da manhã
Dando bom dia a todos, quando ainda deveria estar na cama
Recuperando o sono dos justos.
Entre nós, eu não conseguiria ser você!
Por isso a mantenho perto de mim,
Porque me faz lembrar quem eu nunca poderia ser.
Não é que você seja um anjo... longe disso.
Mas procuro em você o que me falta,
E me falta muito.
Ah, eu também amo seu sorriso astuto,
Para cuja sutileza da piada levo segundos a mais a processar...
Eu não posso esquecer de amar a irrelevância com que trata a etiqueta:
Amar o simples, me faz amar você,
Que, contraditoriamente, não tem nada de modesto.
Sua complexidade é singular
E, por ser o oposto de mim, me atraiu e assim me mantém
Porquanto seria eu fraco sem sua companhia.
E, certamente, insciente disso, não sabe o bem que me faz,
O que representa para mim.
Eis aqui poucas palavras a seu respeito, sob minha ótica.
Há muito mais, que não me lembro agora (uma hora dessas),
Porém, quando despertar amanhã, continue acreditando.
Leia isso. Siga indelével a outro dia impiedoso.
Seja você mesma. Você faz a diferença!
Pois, tal qual você importa para mim,
O mundo precisa de seus cuidados.