JÉSSICA
Não a vejo há alguns dias,
Privada sou de seu cheiro bom,
Suas palavras, sua beleza,
Sua essência milagrosa.
Não ouço sequer a sua voz.
Tenho faltas tão frementes!
Debilitam-me todo o ser,
Descompassam o meu coração.
Creio, também, lhe faço falta.
Atenta fico às possíveis mensagens
Senão, as faltas frementes
Têm o poder de me parar o coração
Sendo mais um corpo, membros, cabeça
Desintegrados abaixo dos céus.
Persiste a salutar esperança
Do cheiro bom, o cheiro de bebê
Da afilhada Jéssica, minha neta.
Batalha, 28 de janeiro de 2005.
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Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Safra Poética", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2020 (Página 31).
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