Ruth, a menina
Me deu vontade de escrever sobre a "menina" que era Ruth Laus...
As ondas do mar quebram no teu pensar, mas não te molhes Ruth, porque de vida em gotas já basta as outras que não vivem. Os passos vagados na areia brincando de ser caminho, um claustro de arte no vento corrido dessa alma arte.
Fecha este sorriso que não cessa, não te dá cansaço em ser sempre feliz?
Menina de olhos cerrados, pela alva de lua protetora, abraço devagar como nuvem palpitando em terras de espera... Menina que brinca de palavras bonitas.
Fica sem medo, tu sabes ser tu mesmo. Levitando nos aguardos breves de um verso contente. Criança assustada, que admira em contraverso o suor dos homens, os homens que dão seu suor... Tu és suor e luto, menina forte, guerreira sem branduras e carne.
O bem nas mãos, a beleza entre os dedos e o amor numa língua mortal e pacífica... Ainda assim, menina.
Douglas Tedesco – 10/2007