Cearenses e gaúchos
Andarilhos brasileiros
Mui alembram o maxixe,
Ovalados a germinar.
Rio Grande acolhedor
Do artesão de palavras: Belchior!
A conduzir destinos
Do sertão, a ultramar.
Espaço-tempo sideral...
Disjunção, injunção
Gado e charqueada
Carne de sol do Ceará.
Às margens do Jaguaribe,
Vidas em desmoronamento
Sobreveio ingrata seca
Ao vaqueiro valente, castigar.
Angustiante seca...
Gados e pastos dizimados
No Ceará-Saara deserto
Dor em aberto a cantigar.
Delicadeza do tempo
Os irmãos Pinto Martins
Calafrio e temor entrementes
Devagar e sempre a divagar.
Na lida pelejaram,
Não encontraram solução.
Léguas tiranas… Saíram-se indo...
O charque já sem opção.
Rumaram a Pelotas
Viajaram s’embora
A terras acolhedoras
Fraternas, mas assaz remotas.
Outra sina de existir...
Cearenses e gaúchos
Andarilhos brasileiros
Carregantes do ir e vir.
Ondeiam bagagens da vida
Da Ponta do Seixas,
Às beiras do Moa, retirantes
Viajantes do Oiapoque ao Chuí.
Alteridade tem o maxixe...
Fruto, em todo canto, a brotar!
Churrasco, maxixe e farinha
Unem o Rio Grande ao Ceará!

 
Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 04/09/2020
Reeditado em 04/09/2020
Código do texto: T7054401
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