Ode a Cervantes

ODE A CERVANTES

Não posso escrever um verso,

Sobre a Espanha progressista,

Sem pensar no tempo inverso,

Da Espanha ativista.

Dar valor a quem venceu,

Entre letras e falares,

É lembrar de quem nasceu,

Em Alcalá de Henares.

Humanista de presença,

E de grandes ideais,

Conheceu a renascença,

Os éticos, muito mais.

Sem jamais temer por perda,

Na batalha de Lepanto,

Ficou sem a mão esquerda,

Quando ainda era infanto.

Na Argélia confinado,

Cinco anos, em recluso,

Pra Portugal foi mandado,

Conhecendo o povo luso.

Depois detido em Sevilha,

Por suspeição de cangancha,

Inicia, o bandurrilha,

Dom Quixote de La Mancha.

Dom Quixote e Sancho Pança,

Seus extremos sentimentos,

Mantiveram a esperança,

Na vida, em todos momentos.

Há, quase quinhentos anos,

Andou na terra, tristonho,

Mas entre seus desenganos,

Mais forte foi o seu sonho.

Merecendo estar na êxedra,

Dessa língua castelhana,

Miguel Cervantes Saavedra,

É orgulho, da Espanha.