CHICO MENDES
São Francisco, nobre santo,
Protetor dos animais,
Abdicou das riquezas,
Enfrentando o rei e os pais,
Seu nome foi referência
Para batizar outros mais,
Até nosso herói da floresta,
Chico Mendes, o guerreiro
De luta e coragem sem iguais.
Assim como o de Assis,
Nosso “Chico” enfrentou
O poder de autoridades
E seu destino selou,
Numa tocaia covarde
Que sua vida levou.
Morreu para entrar na história;
Grande legado deixou.
Em defesa de seu povo
E da floresta que amava,
Pelo direito do pobre,
E por dignidade lutava.
Hoje, seu nome dá nome
A um instituto importante,
Que defende fauna e flora
Nesse país de gigantes,
Que ainda estão adormecidos,
Cegos, surdos, ignorantes.
O ICMBio protege
A natureza pujante,
Sempre tão ameaçada,
Com vigilância constante.
Esses agentes ambientais
São os “santos” da floresta,
Que defendem a biodiversidade,
Dessa gente que não presta,
Que comete atos ilegais,
Tanto na caça quanto na pesca.
São os “Chicos” renascidos,
Que vêm e acabam com a festa.
Quem dera, houvessem mais Chicos,
Carlos, Antônios, Josés,
Essa “brava gente brasileira”
Que luta e ainda tem fé,
Na conscientização ambiental
Para manter a natureza em pé.
Não basta que hajam leis
E órgãos reguladores,
Há que se educar as crianças,
Que serão os novos atores
A representar essa luta
De Chico Mendes e suas dores,
Num palco de desigualdades
Diante de tantos predadores,
Mas que tem na voz a arma
Para angariar seguidores.
Não há “país do futuro”
Se não se agir no presente,
Se não chamar todo o povo
Para ampliar suas mentes.
O fruto que se planta agora
Vai se colher mais à frente,
É semente que germina
Sob um olhar diferente,
De desfrutar da natureza,
Mas, de forma consciente!
Cleusa Piovesan
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