GLORIAN

Para Glória, minha mãe

Quando se é mais nada além daquilo

Que sempre foi

Quando os pés desaparecem na areia

Por estarmos no colo Dele

Quando o coração não pede mais

Para respirar

Nos despimos da máscara tão necessária

E despedimos das pérolas e porcos

Que cruzamos pela estrada

Vida fora noite adentro

Quando não repetimos os gestos

De delicadeza ao aceitarmos o convite

Quando sabemos que tudo já foi um sonho

E estaremos para o dia do julgamento

Quando restar pó do que foi antes

Aí mãe, você estará em casa

Com seu grande vestido de seda azul

Com coroa, cetro e assento

Com toda sorte de anjos a te cortejar

Então terás a resposta para tua pergunta

De criança, pois criança serás

E eu, consorte do teu amor

Te levarei meu sorriso, agora somos

Uns dos primeiros que carregam teu véu

E assim o impacto de existir

Só será um elixir para aqueles

Que tu conduz]

À Luz

Leonardo Daniel

16/10/2010