Esclarecimento ao cego
Ontem algumas palavras foram à rua,
Fixiram-se em um muro e então começaram a dizer outras palavras.
Entretanto, eu ouvi algumas controvérsias, pois,
Era alguém que discordava do contexto poético,
O contexto formado por aquelas inteligíveis palavras.
Hoje, um certo indivídou veio à rua, desobedeceu a Lei
E atropelou aquelas palavras.
Vendo tal cena, revoltei-me e comecei a falar:
O poema que tu vês, naquele muro, companheiro,
Não é apenas um emaranhado de palavras de um poeta inconformado, é um poema inconformado de um poeta crânio.
E tal poema, é um espelho que reflete a imagem da tua ignorância,
A insofismável tradução da realidade altamirense,
Essa imunda e triste realidade que nos cerca.
Tu, companheiro, não vês isso porque estás cego,
Estás tão cego que não consegue perceber que és um cego.
E, essa tua cegueira, eu a chamo de ignorância,
Pois, o poema que tu devoras, é um espelho útil,
São palavras de um poeta vivendo o inconformismo
Veja! Ele reflete a imagem embaçada da sociedade,
Essa sociedade medícre na qual vivemos.
Não penses que usando óculos, resolverás o teu problema, pois, é a tua mente que está suja, mal-educada, cega.
Ouça! Respeite e procure aprender com os poetas,
Quem sabe, um dia, tu verás o mundo em que vivemos.
Eu, recomendo-te que bebas o chá de cada uma daquelas palavras, no mínimo, um milhão de vezes ao dia,
Durante uma década.
Faça isso e obterás a cura dessa tua rude enfermidade.