Cruz e Sousa, O Poeta Sublime

Cruz e Sousa - O Poeta sublime

(Homenagem ao maior poeta simbolista brasileiro)

Acorda, poeta, sei que longe dormes,

e neste céu de nuvens tão disformes,

a minha vista daqui não te alcança.

Acorda altivo, ao som das trombetas,

pois eu te digo com todas as letras:

Poeta não morre... apenas descansa.

Acorda, poeta, me diz teus sonetos,

que com seus tercetos e quartetos,

mostraram a tua alma magistral.

Foste filho de escravo alforriado,

que, por seres negro, foste injustiçado

e zombado pelo preconceito racial

Acorda, poeta, foi dura a tua luta....

viveste em uma sociedade bruta....,

que não aceitava um negro com saber.

És o herói, que, com a letra se armava,

para lutar contra o mal que encarnava

aqueles que açoitavam um igual ser.

Vejo do alto descer luzente vulto.

És Cruz e Souza, pois sei que escuto

as belas rimas do teu poema etéreo:

“Nestes silêncios solitários graves,

Que chaveiro do céu possui as chaves

Para abrir as portas do mistério?...”

Surgiste como uma estrela cadente

e voltaste logo e tão rapidamente

à pátria sublime que por ti urge.

Hoje sei que no céu ainda escreves,

pois li nas nuvens, em teus versos breves:

“das cinzas do poeta... uma estrela surge”.

Edenice Fraga

Edenice Fraga
Enviado por Edenice Fraga em 11/04/2020
Código do texto: T6913960
Classificação de conteúdo: seguro